Dados divulgados pelo Comitê de Proteção aos Jornalistas colocam o Brasil como o terceiro país onde mais jornalistas foram assassinados em 2012, até agora. Três profissionais perderam a vida por motivos confirmados, e um ainda sem motivação revelada, afirma a organização.
O Brasil está atrás apenas da Síria - que enfrenta uma guerra civil e 22 jornalistas já morreram - e da Somália, que registrou seis mortes esse ano. De acordo com a entidade, o País está empatado com o Paquistão, também com quatro mortes, sendo três com motivação confirmada.
O último assassinato aconteceu em julho e vitimou o comentarista esportivo Valério Luiz de Oliveira, da Radio Jornal, em Goiânia. Ele foi morto em frente à emissora por um homem que estava em uma moto e lhe deu sete disparos. No momento do crime, as câmeras de segurança do prédio da emissora estavam desligadas. Segundo a delegada Adriana de Barros, responsável pelo caso, as suspeitas são morte por encomenda, vingança ou desavença.
Em abril, o jornalista Décio Sá foi morto por seis tiros à queima-roupa enquanto jantava em um bar da avenida Litorânea, em São Luís. Ele jornalista era repórter do jornal O Estado do Maranhão. Em 2006, havia criado um blog que se notabilizou por reportagens de jornalismo investigativo, entre elas denúncias contra políticos e grupos de pistoleiros que agem na região. O Ministério Público denunciou 12 pessoas pelo crime.
Mário Randolfo Marques Lopes era editor-chefe do jornal eletrônico Vassouras na Net, da cidade de Vassouras (RJ). Ele e a namorada foram mortos em fevereiro no Rio. No site, Marques criticou e denunciou vários funcionários públicos locais. O jornalista já tinha sofrido um ataque em julho de 2011, quando recebeu vários ferimentos de bala.
Também em fevereiro, o jornalista Paulo Roberto Cardoso Rodrigues, conhecido como Paulo Rocaro, foi assassinado por dois pistoleiros que estavam em uma moto em Ponta Porã (MS), cidade que faz fronteira com Pedro Juan Caballero, no Paraguai. O jornalista era editor chefe do Jornal da Praça e do site Merco Sul News. As primeiras linhas de investigação apontam para vingança por conta de motivações políticas, mas outros motivos também não foram descartados e o Comitê para a proteção dos jornalistas considera o crime não esclarecido.
A entidade não contabilizou no levantamento, contudo, a morte do jornalista Laécio de Souza, que aconteceu em janeiro na cidade de Simões Filho (BA). Laécio atuava como repórter em um programa político na rádio Sucesso FM, de Camaçari. Ele não aparece na lista da CPJ, que coloca quatro profissionais de imprensa assassinados no Brasil em 2012.
Alerta
Em agosto, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) declarou estado de "alerta especial" por causa do número de mortes de jornalistas durante o período de 2010-2012. Entre agosto de 2010 e julho de 2012 foram registradas, no Brasil, 12 mortes violentas de jornalistas. Dado que configura motivo para o alerta, segundo afirmação da associação.
Com informações da Agência EFE.
Fonte: Portal Terra
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