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Segundo dados do Censo Demográfico de
2010, a faixa etária dos 25 aos 29 anos representa a maior parcela da população
estipulada em 9,565 mil habitantes. No entanto, o município enfrenta o desafio
diário de conter a quebra de vínculos familiares, apontada como umas das
maiores causas do ingresso dos jovens locais no mundo das drogas lícitas e
ilícitas.
A fragilidade dos relacionamentos
humanos tem sido estudado por muitos sociólogos, como o alemão polonês radicado
na Inglaterra, Zymunt Bauman, conhecido pelo conceito fundamental da ‘Modernidade
Líquida’. “Eu acredito que muitos jovens
não têm consciência do que são laços fraternos, uma vez que nunca conheceram ou
vivenciaram”, explicou Baunam.
Ao percorrer órgãos como o Conselho
Tutelar e o Centro de Referência Especializado
de Assistência Social (CREAS) de Santa Cruz, constatamos a realidade
apontada pelo sociólogo. “Recebemos
constantemente pedidos de ajuda de familiares de usuários de drogas. Essa procura
dar-se pelo desespero dos pais em ver seus jovens se autodestruindo e a falta
de estrutura familiar” relatou a Assistente Social Sineide Tôrres.
Desafio Jovem |
Para manter os trabalhos, entidades
filantrópicas como o Desafio Jovem, contam apenas com doações e a renda obtida
com as terapias ocupacionais, bastante comuns na região. As dificuldades
enfrentadas pelos missionários são evidenciadas nas discussões sociais de
Baunam. “Contemplamos diariamente como se
faz o mal, como se sofre a dor, e dizer que nada podemos fazer pelo outro é uma
desculpa fraca e pouco convincente, até mesmo para nós próprios”, questiona
o sociólogo.
Entretanto, os jovens que são autuados
cometendo ato inflacionário são sentenciados a medidas socioeducativas, como a
Prestação de Serviço à Comunidade (PSC) e Liberdade Assistida (AS) acompanhada
por educadores sociais. “Outro mecanismo
utilizado para reabilitação são as internações para desintoxicação em ONG’s, Centro de Atendimento a Usuários de Drogas (CAUD),
Programa Atitude, entre outros” destacou a Assistente Social Sineide.
Mesmo com as
deficiências de infraestrutura e voluntariado, é visível
o empenho e dedicação das políticas públicas e das instituições não
governamentais do município na reabilitação e ressocialização dos jovens
usuários de drogas. Embora estejamos no auge da pós-modernidade, onde a
“solidez” dos laços fraternos fora substituída por relacionamentos líquidos e
online. Tenho a nítida impressão de que precisamos voltar ao seio familiar, no
intuito de “reaprendermos” aqueles valores simples de sociabilidade, muito
distinto do “disponível” ou “offline” presente na sociedade (pra lá de)
pós-moderna.
Por Antonio Carlos
Fotos: Acervo Clic Art
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