Denise Fraga e Tony Ramos |
Sem exageros e histrionismo, a série conta a história de Aurora Rangel (Denise Fraga), uma adestradora de cães que, depois de ver o marido prefeito metido em um escândalo de corrupção, é obrigada a assumir a prefeitura da fictícia cidade de Pitanguá, da qual era, teoricamente, a vice-prefeita. Reinaldo Rangel (Tony Ramos), seu marido, é detido em regime de prisão domiciliar, mas mesmo assim não deixa de dar ordens e continuar mandando. Para isso, precisa driblar a ingenuidade da esposa, que descobre, ainda, sua infidelidade e as mentiras que contou durante os anos de casamento.
Além da administração da cidade, Aurora tem também a tarefa de não deixar o casamento naufragar. A graça de A Mulher do Prefeito é involuntária, não esculachada como em Os Normais. O riso ali é provocado por ironias e piadas pontuais no texto, que não chega a ser completamente cômico, visto que beira a dramaticidade em certos momentos. Talvez seja nessa lacuna o problema da série, que não causou o “boom” esperado.
Por trazer um registro crítico não carregado da vida pública brasileira, a A Mulher do Prefeito vale a atenção, mas dificilmente será a salvação do horário. Sua fraca repercussão é sintomática da maneira como a sociedade trata a politicagem brasileira: com desdém.
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