quinta-feira, 23 de julho de 2015

    Opinião: Audiência Pública no Jerimum parecia um palanque

    Foto: Bianca Araújo
    Conforme este blog noticiou, na última terça-feira (22) aconteceu a Audiência Pública do Orçamento Participativo 2016, na sede da Associação dos Agricultores do Jerimum. Onde estiveram presentes na audiência, vereadores de situação, equipe de finanças e moradores do Jerimum, Pé de Serra, Boa Vista, Piranhas, Poço da Pedra, Fazenda São Paulo e Minguáiu.

    No entanto, ao tomar ciência da audiência, tive a utopia e a errônea impressão que depois de 7 anos, o Orçamento Participativo deixasse de ser eleitoreiro e partidário, uma vez que atual gestor de Taquaritinga no Norte, está impossibilitado constitucionalmente de concorrer ao 3ª pleito. Mas, infelizmente tudo não passou de uma grande encenação, onde o povo acredita que reivindica o e governo finge que atende.

    Permita-me então, elencar três situações, que caracterizam a afirmação em destaque:

    1. Numa Audiência Pública promovida por qualquer governo, é indispensável na ausência do prefeito, como aconteceu no Jerimum, que alguém represente o governo e fale em nome do mesmo. Durante vários momentos em que se questionou, a atuação da prefeitura na resolução dos problemas, nenhum secretário ou vereador se atreveu a usar da palavra. O próprio, secretário de obras, José Coelho, afirmou publicamente que não era e nem representava o governo naquela reunião. Mas, quando foi pra defender a atual gestão, a secretária de Cultura, Amália Arruda, pediu a palavra e tentou explicar como acontece a vinda recursos financeiros para município (veja o 2° ponto); e o vereador, que “pulou de lado”, João da Banda (PSDB) também saiu em defensa do governo com aquele velho discurso de Lula: “Nunca antes da história desse município”. Mas responder as questionamentos do povo, zero!
    2. Há uma dificuldade imensa de alguns governos em aceitar que suas receitas não são suficientes para realizar sozinha grandes obras, o que o diga, a recuperação do açude do fazenda São Paulo (uma obra tão faraônica e parada, quanto a transposição do Rio São Francisco). A ampliação da escola, projetos de cisternas e ampliação do PSF do Jerimum, foram feitos com recursos do Estado e da União, respectivamente. No máximo, a prefeitura foi busca-lo, diga-se de passagem, não fez mais do que a obrigação.
    3. Nunca vi uma ata em que os tópicos discutidos não fosse registrados detalhadamente. Nesta reunião, a primeira lauda foi rica em saudações, na segunda, tudo se resumiu na discussão de obras e ações orçamentarias. Quando perguntei pelo registro das novas e velhas reinvenções, a resposta dada foi que as reinvindicações iriam como anexo para aprovação da Câmara. Acredito que está faltando transparência neste processo, mas vamos adiante.

    Como acredito que já escrevi mais do que a própria ata da reunião, vou finalizar, embora tivesse outros aspectos a relatar, ressaltando que a reunião chegou “rapidamente” ao fim, elevando os antigos problemas, ou reinvindicações como é mais bonito chamar, a categoria de novos. Enquanto, isso o Mercado Público, no centro do vilarejo, segue em ritmo avançado de deterioração e abandono. Palmas para o orçamento participativo!!!

    Antonio Carlos
    Jornalista

    Um comentário:

    1. Parabéns Antonio por levar a serio o trabalho de informar a população esquecida, e por vezes interpretada e subjugada como ignorantes do saber. zona rural também é conhecimento intelecto e interpretativo daquilo visto como errado aos nossos olhos. Exprimo aqui o orgulho de fazer parte da zona rural.

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