“Educação. Repensando a
desigualdade na perspectiva de gênero. O que é que eu tenho a ver com isso?”,
esse foi o tema proposto pela Prefeitura de Santa Cruz do Capibaribe, através
do trabalho conjunto da Secretaria de Educação e Coordenadoria da Mulher, para
a Formação Continuada dos professores da rede municipal de ensino. A capitação
aconteceu na manhã do último sábado (12), na Escola Técnica Estadual (ETE), no
município.
De acordo com o secretário
de Educação, Joselito Pedro, a proposta do encontro foi debater a construção de
gênero de forma didática e comprometida com a realidade sócioeducacional.
“Diariamente os professores em sala de aula se deparam com situações novas e
até contraditórias aos seus conceitos, muitas correlacionadas às construções de
gênero. Essas construções que são feitas durante a infância irão nortear a
postura dessa criança no convívio social e determinar sua postura diante da
realidade. Por isso, achamos que seria importante capacitar nossos professores
neste tema tão discursivo e atual,” frisou o secretário.
A construção igualitária de
gênero tem sido uma das ações desenvolvidas pela Coordenadoria da Mulher do
município, seja através de palestras ou no desenvolvimento de oficinas, a
exemplo desta capacitação. “Perpassa pela Educação a desconstrução de padrões,
que muitas vezes reproduzimos involuntariamente. É preciso que a sociedade
compreenda que a construção de gênero não se limita à questão sexual. Existem
aspectos maiores e complexos para o poder público do que a orientação sexual de
uma pessoa, como por exemplo, a violência doméstica que milhares de mulheres
enfrentam diariamente” destacou a especialista em Direitos Humanos e
coordenadora da Mulher, Iana Paula.
Após a palestra inicial
aconteceram dez oficinas, entre elas a que tratava da definição do que é gênero
pela Coordenadora Regional do Agreste Setentrional da Secretaria Estadual da
Mulher, Taysa Andrade. “A expressão gênero abrange as relações e construções da
sociedade, como por exemplo numa família onde o pai é falecido. O que será que
acontece nesta família? Quais as relações de poder? Será que a filha ou o filho
sofrem? Quais problemas essa nova construção de família enfrenta? O estudo de
gênero irá debater o que está acontecendo nesta família, uma vez que esta já
não representa a realidade da família onde os pais são vivos ou onde os avós
exercem a função de pais, cada caso exige um olhar diferenciado por parte do
educador e principalmente do poder público, explicou a especialista em Gênero,
Taysa.
Ainda segundo a
especialista, este estudo servirá para que o poder público possa desenvolver
políticas sociais voltadas para a realidade dessa família, seja através da
defesa de direitos, da disponibilização de profissionais de saúde, de educação,
de assistência social, específicos para a realidade daquele contexto social.
“As construções de gênero são necessárias porque todas as famílias não são
iguais, existem várias formações e vários ajustes que precisam ser vistos e
atendidos pelas várias esferas de poder público,” ressaltou.
A Capacitação discutiu ainda
nas oficinas: História, avanços e desafios de gênero da educação pela psicóloga
Tereza Cristina; O lugar da mulher no contexto do polo de confecção, com a
economista Raquel Lindoso; Desigualdade de gênero nos espaços de poder, através
da mestre em Ciências Políticas, Clarissa carvalho; A construção da identidade
e as relações de gênero na educação infantil de Santa Cruz do Capibaribe, pelo
pedagogo Ricardo Tenório; entre outros.
Por Antonio Carlos
Fotos: Jefferson Lulu
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