Depois de Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe, a oficina segue para a cidade de Toritama / Fotos: Antonio Carlos |
Costureiras de empresas formais, de pequenas confecções e
autônomas de Santa Cruz de Capibaribe participaram da Oficina Mulheres da
Confecção: negociando melhores condições de trabalho realizada nos dias 11 e 18
de agosto no Centro de Educação Empreendedora. O estudo é uma parceria da
Prefeitura, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Agricultura e
a Coordenadoria da Mulher, com o Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e visa promover o debate sobre o trabalho das
mulheres na atividade da confecção e potencializar o desenvolvimento
sustentável e socioeconômico da região.
Durante os dois encontros, as participantes relataram a
forma de trabalho a qual estão inseridas, compartilharam experiências,
receberam orientação sobre Direitos e Deveres, formas de aposentadorias e
mecanismo de organização coletiva de trabalho. Na oportunidade foram debatidas
e sugeridas melhorias na condição de trabalho para o setor de confecção do
polo. “Estamos iniciando um processo de abertura de diálogo e troca de
informações entre sociedade civil, agentes de governos, empresas, dirigentes
sindicais e trabalhadoras no intuito de fazer com que o Polo de Confecções olhe
com mais ênfase para as condições de trabalho em que milhares de mulheres estão
inseridas,” explicou a economista e palestrante do Dieese, Milena Prado.
A oficina faz parte do projeto “Vozes da Moda: Agreste
2030”, o qual busca analisar como o Polo de Confecção do Agreste de Pernambuco
está alinhado com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da
Organização das Nações Unidas (ONU). “O foco do projeto, assim como um os 17
ODS, é promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, o
emprego pleno e produtivo e o trabalho decente para todos, independentemente de
seu sexo ou identidade de gênero”, ressaltou Milena. O projeto é articulado em conjunto pelo
InPACTO, Instituto Ethos, Repórter Brasil e Dieese, com apoio institucional do
Instituto C&A.
Segundo a Coordenadoria da Mulher da Capital da
Confecção, as últimas pesquisas e levantamentos estatísticos de desenvolvimento
econômico da região têm revelado um cenário preocupante de vulnerabilidade dos
trabalhadores, sobretudo das mulheres, sem vínculos trabalhistas ou
previdenciários. “A maioria das costureiras que participaram da oficina nunca
tinham tido acesso a essas informações e esclarecimentos, e os depoimentos ao
final deram conta da mudança de perspectiva para elas. Estou certa de termos
contribuído para alargar suas visões de mundo, pois é necessário pensar nosso
desenvolvimento também a partir da garantia de direitos e de uma educação
cidadã,” pontuou a coordenadora da Mulher Iana Paula.
Para a diretora do Centro de Educação Empreendedora,
Virgínia Vasconcelos, receber a Oficina reforçou o propósito do espaço em
promover cidadania e contribuir com o desenvolvimento do Município. “A parceria
entre o Centro, o Dieese e a Coordenadoria da Mulher, amplia nossas
possibilidades de atuação e nos coloca em contato direto com a população e suas
demandas, o que facilita nosso trabalho de promoção do bem comum. Considero
esse momento um marco, pois ouvir as costureiras, as propostas de intervenção
do Dieese e o debate conjunto por melhorias do trabalho no setor de confecção
do polo, facilita a criação de políticas públicas e abre novos caminhos para
pensarmos nossa economia e atuarmos sobre ela através da criação de diálogos e
ações coletivas” ressaltou a diretora. A segunda etapa da oficina será
realizada em breve com a classe empresarial e terá como foco a construção de
ações coletivas.
A seguir, clique na imagem e confira algumas fotos da Oficina: