Durante visita ao Poder Legislativo, Coletivo sugere novas políticas públicas Foto: Valtency Vasconcelos |
"A iniciativa visa aumentar a conscientização sobre Direitos, oferecer mecanismos para defesa de Direitos, facilitar processos de Proteção Social e capacitar lideranças para ampliar o impacto do coletivo."
O Coletivo de Costureiras Mulheres do Polo, situado em Santa Cruz do Capibaribe, Pernambuco, é um espaço de apoio e colaboração dedicado à luta por Trabalho Digno, defesa dos Direitos das mulheres e a promoção de Empoderamento Econômico para autonomia feminina no Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco. O grupo busca estabelecer uma rede colaborativa visando melhorar as condições de trabalho e assegurar os Direitos das trabalhadoras no Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco, considerando o alto índice de informalidade e trabalho precário que caracteriza esse aglomerado produtivo.
Com esse trabalho de luta por Justiça Social e de Gênero no Polo, o Coletivo foi uma das Organizações apoiadas pelo Fundo Brasil no edital “Fortalecendo Trabalhadores Informais na luta por Direitos” que teve duração de um ano e conclui suas atividades com grandes resultados e conquistas.
"O projeto 'Mulheres do Polo em Prol de Trabalho Digno' focou em dois objetivos principais: promover formação política para defesa de Direitos e expandir a rede de participação social das costureiras informais. A iniciativa visou aumentar a conscientização sobre Direitos, oferecer mecanismos para defesa de Direitos, facilitar processos de Proteção Social e capacitar lideranças para ampliar o impacto do coletivo." destacou Virgínia Vasconcelos, Cofundadora do Coletivo e Coordenadora do projeto.
Ao longo do projeto, foram trabalhadas diversas iniciativas, como oficinas, mentorias, seminários e debates, focadas em temas essenciais como Direitos Trabalhistas, Direitos das Mulheres, Seguridade e Proteção Social, Trabalho Digno e Cidadania Ativa, além de ações de Advocacy, como o mapeamento de demandas por Políticas Públicas para as costureiras com foco em propostas centradas nas Políticas de Proteção Social e Direitos das Mulheres e o direcionamento das propostas para o Poder Executivo e Legislativo do município e a elaboração de materiais informativos por meio de conteúdos divulgados na imprensa e redes sociais do coletivo.
O projeto também disponibilizou às mulheres, suporte Contábil e Jurídico através de assessoria com especialistas, além de levar informações e intermediar serviços ofertados pelos Órgãos Públicos, como a Secretaria de Governo e Desenvolvimento Social e o Centro de Referência da Mulher, ambos do município de Santa Cruz do Capibaribe.
A autonomia econômica das mulheres também esteve em pauta |
As mulheres, ao longo do projeto, puderam despertar a consciência cidadã, ampliando o senso crítico, tornando-se também lideranças em suas comunidades e corroborando com o desenvolvimento do trabalho de Coletivo, e sobretudo, atuando também na base como formadoras diretas no processo de combate ao Trabalho Precário e busca por garantia de Direitos. O grupo de novas lideranças agora terá o papel de ampliar a atuação do Coletivo e chegar a outros lugares do município de Santa Cruz do Capibaribe e cidades localizadas no Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco. Veja os comentários e depoimentos das costureiras e novas lideranças identificadas e formadas ao longo do projeto:
Érika: "o Coletivo foi e é essencial para nós
mulheres; através dele, temos acesso a informações sobre serviços e Direitos
que muitas vezes desconhecíamos. Este projeto trouxe para dentro de nossas
casas temas essenciais, abre diálogos, nos dá voz e visibilidade, fortalece o
empoderamento feminino e transforma vidas com ações simples, porém imperativas.
Sinto-me muito feliz por fazer parte desta rede que tanto contribui para o
fortalecimento das mulheres trabalhadoras do Polo".
Cileide: "Este projeto trouxe para dentro de nossas
vidas temas necessários, fazendo a gente enxergar que temos Direitos, nos dando
coragem pra cobrar do Poder Público e conhecer Serviços Públicos que antes a
gente nem sabia que existia. Acredito que esse trabalho é demais importante e
merece seguir levando informação para a casa das mulheres de nossa cidade e
região. Sou extremamente grata por fazer parte dessa rede que tanto fortalece
as mulheres trabalhadoras do Polo."
Monaliza: “Quando recebi o convite para receber o Coletivo
em minha casa, não tinha dimensão do tamanho e grandiosidade desse trabalho,
hoje estou muito feliz com as conquistas alcançadas, pois ver as mulheres
costureiras conhecendo seus Direitos, sabendo identificar quando eles são
violados e sabendo a quem recorrer pra garantir seus Direitos, é uma grande
conquista. Após esse projeto tenho muitos planos para o futuro, quero
contribuir diretamente com ideias e propostas que sem dúvidas, serão
enriquecedoras para a vida de outras mulheres costureiras”.
Verônica: “Hoje eu sei que podemos mais, as condições
precárias de nossas relações de trabalho são decorrentes de uma construção
histórica que vem se reproduzindo ao longo do tempo. O Coletivo nos ensina que
nós podemos melhorar essas relações de trabalho e buscar garantir os nossos
Direitos, através da informação e do empoderamento”.
Edilene: “O Coletivo é uma alegria em nossas vidas, através
das ações e trabalho desenvolvido, fomos informadas de Direitos que antes nem
sabíamos que poderíamos ter acesso. Esse trabalho é fundamental e necessário
para as mulheres, que já enfrentamos muitas dificuldades no dia-a-dia, e as
vezes o que precisamos é só de informação para garantir os serviços que são
nossos por direito”.
Gisele: “O Coletivo não é só um espaço para as mulheres
mostrarem suas dificuldades, é local de entrega, luta e discussão que em
conjunto pode transformar a vida dessas mulheres. A troca de experiências e
vivências, a junção entre a prática das costureiras e o conhecimento científico
abordada a partir do ponto de vista acadêmico e de pesquisas, possibilita que o
projeto seja esse grande sucesso. O Coletivo despertou em mim, ainda mais o
sendo de participação cidadã, estou feliz por ter encontrado um espaço que nos
escuta, mas também nos dá direito de fala”.
Carla: “Antes do Coletivo eu não sabia se o que eu acreditava era o certo, por meio das oficinas, das mentorias, dos debates, seminários, entendi que eu estava certa, apenas não sabia a forma de colocar minhas ideias. O coletivo é um projeto que mudou minha vida, agora eu consigo falar em público e colocar minha opinião de maneira organizada, sem medo de ser questionada ou criticada, pois aprendi a usar minha fala como garantia de Direito e como ela poder levar para outras mulheres as informações e o conhecimento adquirido. Sou muito feliz por fazer parte do Coletivo e quero seguir, agora como liderança para chegar mais longe”.
O Coletivo Mulheres do Polo debateu os temas e propôs atuação em conjunto com diversos atores firmando importantes parcerias institucionais, a exemplo do Fashion Revolution, Armazém da Criatividade, Prefeitura de Santa Cruz do Capibaribe, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), além do Fundo Brasil de Direitos Humanos, apoiador desse projeto por meio do Fundo Labora. Essas parcerias são fundamentais para a atuação do Coletivo e tem contribuído para o Coletivo executar projetos em prol do Trabalho Digno e do Desenvolvimento Socioeconômico do Polo.
Cida Anjos, costureira e Cofundadora do Coletivo, destacou a importância das ações desenvolvidas ao longo do projeto: "Como costureira e cofundadora do Coletivo, considero este trabalho fundamental para melhorar as condições de trabalho e vida das costureiras de Santa Cruz do Capibaribe. Antes do Coletivo, não havia espaço para discutir as demandas das trabalhadoras do Polo. Agora, podemos propor soluções, conhecer nossos Direitos e lutar por valorização, reconhecendo a importância da nossa mão-de-obra na sustentação desta economia”.
Concluindo esse ciclo exitoso, o Coletivo atingiu resultados exitosos, atendendo diretamente 50 mulheres em diversos bairros da cidade de Santa Cruz do Capibaribe, totalizando uma cobertura territorial de 75% da área do município e alcançando um público indireto de aproximadamente 750 pessoas, ampliou em 100% o número de integrantes e possibilitou a adesão de 50% das mulheres participantes do projeto a mecanismos de Seguridade Social, como o MEI e o INSS de autônomo, o que mostra a força e importância da existência e do trabalho do Coletivo Mulheres do Polo para geração impacto positivo na vida das costureiras informais e autônomas.
Para maiores informações sobre esse projeto realizado pelo Coletivo Mulheres do Polo e outras ações, acompanhe as redes sociais @mulheresdopolo.
Assessoria de Comunicação
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